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Uma das belas alegorias da Beija-Flor, escola que em 2005 conquistou pela terceira vez consecutiva o título de campeã do carnaval do Rio de Janeiro
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Por
Marcos Paulo Bin
09/02/2005
A Beija-Flor de Nilópolis confirmou o favoritismo e conquistou o tricampeonato
do carnaval carioca. Este ano, a escola da Baixada Fluminense levou para o Sambódromo
o samba-enredo O Vento Corta as Terras dos Pampas, em Nome do Pai, do Filho e
do Espírito Guarani. Sete Povos na Fé e na Dor... Sete Missões de Amor,
que fala sobre missões católicas.
A agremiação foi a última a entrar na Marquês de Sapucaí, já na manhã de
terça-feira. Com o bom gosto do carnavalesco Laíla e o carisma do puxador
Neguinho da Beija-Flor, a escola de Nilópolis levantou as milhares de pessoas
no Sambódromo, mostrando belas alegorias e um samba-enredo contagiante. A música,
escolhida como a melhor dentre as 14 escolas por jornal carioca, foi a que mais
empolgou a platéia, ao lado da música da Porto da Pedra, única a reeditar um
samba antigo.
Com o título, a Beija-Flor iguala-se à Imperatriz Leopoldinense, únicas
agremiações a conquistar um tricampeonato desde que foi construída a Marquês
de Sapucaí, há 21 anos.
Tijucanos comemoram segunda colocação
Mal o locutor Jorge Perligeiro anunciou o último 10, a quadra da Beija-Flor em
Nilópolis ficou lotada. Motivos para comemoração não faltaram. O terceiro título
consecutivo da escola foi um dos mais suados dos últimos anos. O adversário
foi o mesmo do ano passado, a Unidos da Tijuca, mas em 2005 com uma diferença
de pontos mínima, de apenas um décimo. Em 2004, a Beija-Flor foi campeã com
oito décimos a mais que a escola tijucana.
O título da Beija-Flor em 2005 foi chorado, conquistado nota a nota. O sistema
de pontuação por décimos, e não por notas redondas (de 7 a 10), tornou a
disputa emocionante.
Ao final do primeiro quesito, Harmonia, Grande Rio, Porto da Pedra e Salgueiro,
todas com 40 pontos (quatro notas 10 dos jurados), lideravam a disputa, um décimo
à frente da Beija-Flor. Já no segundo, Bateria, a Grande Rio se isolou na
ponta, ainda um décimo à frente da agremiação de Nilópolis. Com a perda de
quatro décimos em Samba-Enredo, a escola de Caxias caiu para a terceira posição,
ao lado da Imperatriz Leopoldinense, dando lugar à Beija-Flor e à Unidos da
Tijuca. Os nilopolitanos não sairiam mais da liderança, seguidos de perto por
Grande Rio, Imperatriz e Unidos da Tijuca, que se revezavam na segunda colocação.
Na metade da apuração, ao final do quinto quesito, Enredo, a Beija-Flor tinha
três décimos de vantagem sobre a vice-líder, Imperatriz. Na mesa onde se
reuniam componentes da escola de Nilópolis, no Sambódromo, o clima era de
festa, mas muita água ainda estava para rolar.
No quesito seguinte, Alegorias e Adereços, a Imperatriz perdeu 3 décimos,
voltando à terceira colocação ao lado da Grande Rio. Aproveitando-se das
perdas dos adversários e com uma seqüência de notas 10, a Unidos da Tijuca
subiu para a vice-liderança, mantendo uma diferença de apenas 2 décimos para
a líder Beija-Flor ao final do oitavo quesito, Mestre Sala e Porta Bandeira.
O penúltimo quesito, Conjunto, começou sob tensão. Clima que só aumentou com
a perda de mais um décimo da Beija-Flor, que foi para a decisão, em Fantasias,
dependendo somente de si para levar o troféu. Como as escolas da Tijuca e de
Nilópolis ganharam notas 10 dos quatro jurados, a Beija-Flor pôde enfim soltar
o grito de tricampeã.
“A escola foi maravilhosa. Este tricampeonato estava engasgado”, desabafou o
carnavalesco Laíla, referindo-se aos vice-campeonatos que a Beija-Flor
conquistou no início dos anos 2000.
“Esta é a vitória da honestidade, do trabalho, da verdade”, discursou o
mestra da bateria, Paulinho.
A Unidos da Tijuca também comemorou o segundo vice-campeonato consecutivo,
embora já comece a sonhar mais alto.
“Estamos muito felizes e honrados com este segundo lugar, mas vamos continuar
trabalhando para sermos campeões”, afirmou o puxador Wantuir.
Na democracia do carnaval, o importante é festejar.
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