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Por Marcos Paulo Bin Se a Baixada tem problemas, força Baixada! Assim canta a Suburbanda, grupo de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em Chalalakya, música que abre seu primeiro EP, uma prévia do que será o disco de estréia deles. O álbum – que, além de Chalalakya, traz as faixas Dinheiro, Juventude e Bagagem – é produzido por Da Gama, guitarrista do Cidade Negra, também a principal influência da Suburbanda. Neco Trindade (voz), Rico (guitarra), Alex (baixo), Bicó (teclados) e K’dão (bateria) fazem um reggae-pop semelhante ao do Cidade, porém mais preocupados com a questão social. “Quando formamos a banda, não pensamos em ficar parecidos com o Cidade Negra, mas é inevitável. Não pelo fato de o Da Gama ser o produtor, mas simplesmente porque é reggae e é sempre parecido”, diz Neco. “Já quanto às letras, acredito que tomamos um caminho diferente do Cidade, pois eles falam muito de amor e a Suburbanda já equilibra este tema. Digamos que falamos 50% de amor e 50% de protesto e críticas quanto à vida na Baixada Fluminense. Vejo a Suburbanda mais filosófica que o Cidade.” A música mais representativa desse lado engajado da Suburbanda é realmente Chalalakya. Por isso, ela foi escolhida como primeira faixa de trabalho, ganhando inclusive clipe na MTV. “É a música mais dançante do disco, e a letra enfatiza bastante a Baixada Fluminense. É boa no sentido musical e político. É raro encontrarmos bandas que falem da Baixada, mesmo que tenham saído daqui, exceto o Cidade Negra”, afirma Neco, encontrando uma explicação bem-humorada para o título da música. “Não quer dizer nada, apenas a sonoridade de ‘cha la la la la’, que todo mundo coloca nas canções. Então, para ficar diferente, colocamos o ‘kaya’, para inovar. É apenas por uma questão de musicalidade.” Guitarrista da banda integrou o
Cidade Negra A Suburbanda está junta há três anos. Mas a amizade entre o quinteto é mais antiga, e vem desde os tempos em que o Cidade Negra ainda se chamava Lumiar, quando Toni Garrido não sonhava em entrar para o grupo, sequer ser ator de cinema. Naquela época, já amigos de Da Gama, os (hoje) integrantes da Suburbanda freqüentemente tocavam juntos; Rico chegou a fazer parte do Cidade Negra durante seis anos. Esse convívio foi fundamental para que o guitarrista apostasse no quinteto. “Foi por este respeito profissional e até mesmo pela amizade que o Da Gama topou produzir o nosso trabalho. Ele é uma peça importantíssima na nossa caminhada, pois tem pleno conhecimento do reggae e bons contatos no mercado. É um pai para a gente, sempre nos orientando e fazendo o melhor para a qualidade do CD”, derrete-se Neco. Da Gama também é só elogios para os “pupilos”. “A Suburbanda é totalmente visceral, tem uma atitude forte, uma grande presença de palco. Os músicos são talentosíssimos, com uma levada especial que dá para diferenciar. É um reggae moderno”, elogia o guitarrista. A Suburbanda abriu um show para o Cidade Negra no Scala, no Rio, na festa em que Da Gama comemorou o primeiro aniversário de seu programa de rádio. Neco considera essa uma das maiores conquistas de seu grupo. Mas também não se esquece das dificuldades, principalmente para gravar o CD. “Fazer esse disco foi só dificuldade, por vários motivos. Gravamos no estúdio Fubá, do Lulu Santos, que fica no Catete (Zona Sul do Rio), longe à beça de casa. Como todos os componentes da banda trabalham, tínhamos que gravar de madrugada. Sem dinheiro no bolso, a gente fazia ‘vaquinha’ para pagar a passagem. Lanche, nem pensar; era a ‘madruga’ toda com fome e muito trabalho pela frente. Ainda tinha um outro agravante, que era conciliar as agendas de todos os músicos convidados. Era quase impossível”, lembra o vocalista. Neco parece mais otimista ao falar da versão completa do CD, com 11 músicas, prevista para sair no final de outubro. Segundo ele, a produtora de Da Gama, a Reggae Brasil, está negociando com gravadoras, e já existem algumas propostas, ainda não confirmadas. Uma das faixas garantidas no CD é Juventude, a melhor do EP, que traz a sempre brilhante participação de Sandra de Sá. A amizade com a rainha do soul começou num jogo de futebol em que Da Gama comemorava seu aniversário. “Num bate-papo com a Sandra sobre o CD, comentamos sobre Juventude. Ela ficou apaixonada pela letra e pela sonoridade. O timbre cairia maravilhosamente bem. Já saímos dali acertados para gravar com a banda. Logo que saiu o disco, ela participou de um show nosso no Hipódromo Up e foi sensacional”, recorda-se Neco. Produção
de Da Gama, amizade com Sandra de Sá, disco e gravadora à caminho... Até que,
para uma banda iniciante, o quinteto tem muitos motivos para comemorar e, como
diz Neco, motivação de sobra para “pôr o pé na estrada”. Força,
Suburbanda!
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