Os Detonautas escolheram o Museu de Astronomia e Ciências Afins, no Rio, para fazer a coletiva de lançamento de seu novo CD. O motivo está no nome do disco: Roque Marciano
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Por
Leisa Ribeiro
Detonautas Roque Clube. Há algum tempo eles eram só Detonautas e tocavam
apenas para os freqüentadores de algum underground escondido na Cidade
Maravilhosa. Mas que ninguém pense que Tico Santa Cruz (vocal), Rodrigo Netto
(guitarra e voz), Tchello (baixo), Renato Rocha (guitarra), Fábio Brasil
(bateria) e Cléston (percussão e pick-ups) eram pessoas muito diferentes do
que são hoje. “A única coisa que mudou é que agora as nossas idéias são
escutadas por um número maior de pessoas”, defende Tico. “E o tempo, que
agora temos que dividir entre a família e os fãs”, completa Rodrigo, o
Nettinho.
O
sucesso do primeiro disco, Detonautas Roque Clube, de 2002, veio muito da
sinceridade das letras e da atitude dos meninos. O segundo e recém-lançado CD,
Roque Marciano (Warner), é apenas uma continuidade desse trabalho que
deu tão certo e rendeu uma turnê de 200 shows. A dose
é repetida na medida certa e, consecutivamente, com sinceridade, como a de Tico
quando descreve sua insônia, hoje conhecida nacionalmente, nas músicas Nada
Vai Mudar e Só por Hoje.
Faixa interativa
Durante a coletiva de lançamento deste novo trabalho, a banda mostrou um
amadurecimento musical e profissional. Eles transformaram uma tarde nublada do
Rio em um agradável passeio de verão. À vontade e fazendo uma divulgação da
cultura nacional, os Detonautas receberam a imprensa no Museu de Astronomia e Ciências
Afins, em São Cristóvão, Zona Norte da cidade.
Entre uma cúpula e outra era possível ouvir o CD e sentir-se realmente nas
estrelas, não só pelas letras amorosas e reflexivas – como as de Silêncio
e Tô Aprendendo A Viver sem Você – como também pelas imagens das
estrelas e dos planetas.
Mais uma vez a banda foi produzida por Fernando Magalhães (guitarrista do Barão
Vermelho) e por Tom Capone. Os dois conduziram muito bem o timbre das guitarras
de Nettinho e Renato, sempre em perfeita harmonia. Na cozinha, como eles gostam
de dizer, estão Tchello e Fabinho, que seguram a onda com garbo e elegância,
deixando o terreno livre para a dupla de guitarras e os scratches espertos de DJ
Cléston, dosando com sabedoria a agressividade e a doçura, o peso e a melodia
da voz de Tico Santa Cruz, que completa o time.
A intenção da banda é firmar o nome do Detonautas no cenário roqueiro
nacional. E eles estão no caminho: mesmo com a pirataria agindo fortemente, o
grupo vendeu 80 mil cópias do primeiro CD. “O significado
deste trabalho é de luta. De vencer e seguir em frente”, diz Tico.
E por falar em pirataria, a Warner preparou uma surpresa para quem comprar o CD
original. O disco vem com uma faixa interativa que levará o fã a um site, onde
ele poderá baixar uma música inédita, O Som dos Corais, e uma versão
acústica de Quando O Sol Se For, maior sucesso do primeiro CD da banda.
É a segunda vez que a gravadora faz isso – a primeira foi com Maria Rita,
cujo disco original trazia um acesso a duas músicas extras.
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