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Então, se a fórmula deu certo, por que não repeti-la? Mais uma vez Marrom não pensou duas vezes, e decidiu, em 2003, fazer um Ao Vivo 2 com os meus mesmos ingredientes: um punhado de sucessos, uma pitada de inéditas e um tempero de releituras. Bastou juntar tudo em um grande caldeirão, a casa de shows carioca Olimpo (onde também foi gravado o Ao Vivo 1), em janeiro, e estava pronto mais um sucesso: Ao Vivo 2 já chega às lojas com a marca de 100 mil cópias vendidas. “Esse Ao Vivo 2 não é mais um disco. Não é porque aquele deu certo que eu estou fazendo este. Estou fazendo o Ao Vivo 2 porque a minha careira não cabe dentro de um CD. Também não cabe neste segundo nem caberá se eu fizer um terceiro, um quarto e um quinto”, tentou despistar a Marrom, na coletiva de lançamento de Ao Vivo 2 (Indie), que também vem no formato DVD. Os reais motivos da repetição Alcione só explicou um pouco depois. Ela gostou tanto de gravar nesse formato e de reler seu repertório que realmente já pensa em preparar um terceiro CD ao vivo. Além disso, utilizar um formato de fácil assimilação pelo grande público é, segundo a cantora, uma boa arma para combater a pirataria. “O meu CD foi o mais pirateado de 2002. Pra que eu vou fazer um disco de músicas inéditas agora? Você não vai estourar 14 músicas inéditas num CD. A pirataria vai me roubar, mas eu tenho certeza de que tenho um material bom, que as pessoas não vão precisar de três meses para saber que meu disco é bom. Eles já conhecem o que tem aqui dentro”, explica a cantora. Alcione também não teme receber críticas a acusando de continuismo. “Não é continuismo. Se você ouvir esse disco e o anterior, não tem nada parecido. A única coisa que tem igual sou eu, porque é a mesma pessoa que está cantando. Em todos esses discos eu vou colocar três ou quatro músicas inéditas, porque assim eu dou oportunidade ao compositor que está criando de colocar um trabalho novo”, diz Alcione, citando como exemplo a inédita O Mundo É de Nós Dois (Zeppa e Carlos Colla), primeira faixa de trabalho de Ao Vivo 2. A cantora acredita que a realização de um segundo disco revisionista é uma forma de prestar contas aos fãs, à imprensa e aos demais artistas sobre esses 31 anos de carreira. Se dizendo apaixonada por seu trabalho, Alcione afirma que visitar novamente seus grandes sucessos e os compositores responsáveis por eles é uma forma de dar satisfação àqueles que a acompanham há tanto tempo. “Às vezes, no início de nossa carreira, as pessoas nos falam assim: ‘não vai passar do segundo disco’. E eu passei do segundo disco. Quando chegava um movimento qualquer, como a lambada e os grupos de pagode, tinha gente que me ligava pra dizer que eu estava acabada, que estava gordinha. A gordinha está aí, arrasando, com mais de 250 mil discos vendidos e saindo com ouro neste. A gordinha quer dar uma satisfação para o Brasil, mas para essas pessoas que sempre me respeitaram e me amaram”, desabafa. Insistência recompensada Alcione não consegue esconder a alegria pela boa repercussão de Ao Vivo 1. O principal motivo para esse sucesso foi o estouro da faixa A Loba, que, apesar de até então ser desconhecida do grande público, não era inédita. A música, na verdade, foi gravada originalmente no CD A Paixão Tem Memória, de 2001, o último da cantora pela Universal. O disco estourou apenas a faixa Além da Cama (também relida no Ao Vivo 1), embora Alcione tenha pedido para que a gravadora trabalhasse A Loba nas rádios. Quando foi para a Indie, Alcione insistiu em incluir a canção em seu primeiro trabalho pelo novo selo. E aí deu no que deu. “Sempre tive certeza de que A Loba faria sucesso. Sei que estou com a verdade porque sou eu quem bate perna pelo Brasil e vê o que o povo gosta de me ouvir cantar. Eu sei até mais do que o cara que está atrás de uma mesa sentado. E eles sabem disso”, gaba-se a Marrom, que, com a inclusão da música no CD anterior, ganhou mais um motivo para rasgar-se ainda mais de elogios à nova gravadora. “Eu gosto daqui porque eles gostam de apostar nas coisas que eu falo. A Universal tem um cast enorme, enquanto o da Indie é pequeno, o que possibilita um trabalho melhor. Trabalhar na Indie é diferente. Parece uma casa em todo mundo é parente.” No rastro do sucesso a Marrom ganhou um novo público, formado em grande número por jovens. “Acho uma glória você com 30 anos de carreira, fazer um disco ao vivo com algumas das músicas desses anos, botar umas duas ou três inéditas, ir à luta e não só reconquistar o seu público mas também ganhar um novo. Meninas de 26, meninos de 18, uma juventude enorme indo aos meus shows e querendo os meus discos. Eu agradeço muito a Deus essas oportunidades que ele me dá. Ele já me deu várias oportunidades e eu não posso deixar escapar nenhuma delas.” Entre as possibilidades que Alcione quer explorar para o futuro estão discos em homenagem às cantoras Fátima Guedes e Dolores Duran. Ambas estiveram presentes nos trabalhos mais recentes da Marrom: Fátima aparece em Condenados, gravada no Ao Vivo 1, enquanto Dolores Duran assina Ternura Antiga (com J. Ribamar), relida no Ao Vivo 2 com a companhia de Maria Bethânia, na única gravação em estúdio do álbum. Já para um disco seu de carreira Alcione prevê a inclusão de um blues que Ed Motta compôs especialmente para ela. Nos últimos tempos fazendo sucesso principalmente com músicas românticas, a cantora acredita que pode voltar às rádios cantando outros ritmos, principalmente o samba, meio esquecido ultimamente. “Apesar de me cobrarem muito que eu tenho que gravar samba, e eu gosto de samba e sempre vou gravar, eu gosto de cantar música romântica. Agora, a possibilidade de fazer sucesso com samba há sim. É só pegar o samba certo e botar que ele acontece”, afirma a Marrom, que incluiu países como Portugal e Cabo Verde na turnê de Ao Vivo 2.
![]() ![]() Ficha técnica, faixas e compositores
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