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Apostas e incertezas no futuro de Alex Gonzaga
Divulgação
O Novo Som em estúdio gravando seu mais recente CD, Um Dia A Mais, quando Lenilton ainda fazia parte da banda
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Alex Gonzaga diz não estar decepcionado com a
derrota de seu grupo, o Novo Som, nas três categorias que disputou no Troféu
Talento 2003. Seria aquele espírito "o importante é participar" inerente
ao universo gospel? Talvez. Mas uma bom motivo pode ser simplesmente a falta de
tempo para se preocupar com isso. Alex está em estúdio gravando seu segundo CD
solo, que sairá em maio pela MK Publicitá, enquanto corre o Brasil divulgando
o último CD do Novo Som, Um Dia A Mais, lançado em junho de 2002. Ao
mesmo tempo, o cantor promove seu primeiro disco solo, Canções,
"Eternas" Canções, lançado no final de 2001, e cuida dos negócios,
administrando o selo NS Records e a produtora Gospel Brazil.
Alex se diz surpreso com a boa repercussão de seu primeiro trabalho solo, que
vendeu 60 mil cópias. Nele, o cantor regravou sete standards da música
evangélica, de nomes consagrados como Marcos Góes (Bem Querer) e Sérgio
Lopes (Para Onde Vão As Aves), e cinco inéditas. Para o segundo, a
intenção é ter no mínimo sete canções novas, em ritmos mais acelerados que
o CD anterior, marcado principalmente por baladas. O nome do novo disco ainda não está definido. "Mas ele não vai se
chamar Canções, 'Eternas' Canções Volume 2, embora a linha de
pensamento seja na mesma onda do primeiro disco", conta Alex, adiantando que
entre os artistas regravados estão Ed Wilson, Mattos Nascimento e Paulo César,
do Grupo Logus.
Segundo Alex, a carreira solo convive harmoniosamente com o tempo dedicado ao
Novo Som, um dos grupos mais populares do meio evangélico. A banda sofreu uma
perda considerável em dezembro de 2002: o baixista Lenilton, principal
compositor do Novo Som (que é formado ainda pelo tecladista Mito e pelo
baterista Geraldo Abdo), foi excluído pelos demais componentes, por divergências
quanto aos rumos da banda. Alex afirma que os problemas já existiam há dois
anos, e que após uma viagem do grupo para os Estados Unidos a situação
tornou-se insustentável.
"Passamos 12 dias lá, e fizemos várias reuniões para decidir sobre o futuro
da banda. Quando voltamos, demos o ultimato: ou ele mudava suas atitudes ou não
teríamos como segurar", conta Alex, garantindo que a decisão quanto à saída
do baixista foi unânime. "Apesar de eu ser o fundador da banda, existe uma
democracia; todos têm direitos iguais, tanto comercial como ideologicamente. O
ideal da banda estava indo para um lado, e o único que se opunha era o
Lenilton. Então não fomos eu, o Mito ou o Geraldo que o tiramos do grupo; foi
ele que, por uma questão ideológica, achou que a coisa não estava mais dando
certo e nós tivemos que dar um ponto final."
A saída de Lenilton coloca em dúvida o futuro do Novo Som, já que o baixista
sempre foi o principal compositor do quarteto, sendo responsável por sucessos
como Acredita, Pra Você, Meu Universo (com Val Martins), Herói
dos Heróis e Infinitamente..., uma das faixas de trabalho de Um
Dia A Mais. Para os fãs, fica a pergunta: "será que o Novo Som, sem
Lenilton, continuará fazendo músicas tão boas?" Alex evita uma resposta
imediata.
"Olha, sinceramente eu não gostaria de arriscar isso agora. Acho que as
coisas têm que acontecer. Mas acho que vai ser muito legal para a banda
verificar se consegue ter os mesmos sucessos de interpretação com músicas de
outros compositores. Será uma grande experiência para o Novo Som", aposta
Alex, que também acredita que Lenilton pode até continuar compondo para o
grupo.
"Se for da vontade do Lenilton, nós poderemos utilizar músicas dele nos próximos
repertórios. Não existe nenhuma restrição ao compositor, e sim ao baixista
do Novo Som", afirma Alex, que garante existir uma reciprocidade entre a banda
e o compositor. "Lenilton é um grande compositor, sem dúvida, mas da mesma
forma que o Novo Som fez sucesso com as músicas dele, o Lenilton também fez
sucesso interpretando pelo Novo Som. Veja que ele não conseguiu estourar
nenhuma música na voz de outros cantores, apesar dá-las para eles. Existia, ou
existe, uma química muito grande entre a composição do Lenilton e a
interpretação do Novo Som."
CD e DVD ao vivo
Se o futuro das composições é
incerto, o Novo Som investe, a curto prazo, em seu próprio repertório. O grupo
planeja lançar no fim do ano um CD e DVD ao vivo com os principais sucessos de
seus dois álbuns pela MK, Herói dos Heróis e Um Dia A Mais.
Paralelamente, Alex negocia com gravadoras o relançamento em DVD do homevideo Novo
Som Ao Vivo, gravado em 1997 na extinta casa de shows carioca Imperator.
Se o vídeo não esconde um cheirinho de naftalina - os integrantes do grupo
estão bem mais jovens, com um visual completamente diferente ao de hoje (que,
aliás, é bem melhor que o antigo), e as músicas aparecem com arranjos já
modificados ao longo dos anos - é uma boa oportunidade para os fãs matarem
as saudades do guitarrista Natinho e de Lenilton, autor de quase todos aqueles
hits. E também para ficar com uma pulguinha a mais atrás da orelha.
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Vou Continuar
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