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Há 2 anos sem gravar, o Fruto Sagrado volta como um trio, após a saída do tecladista Bênlio Bussinger. Os remanescentes Marcão (voz), Bene Maldonado (guitarra) e Sylas Jr. (bateria) preferiram não procurar outro tecladista; em vez disso, investiram mais a fundo na guitarra e na voz berrada de Marcão. O resultado é o disco mais pesado do Fruto Sagrado. Nem mesmo as baladas ‘Quanto Tempo Ainda Tenho’, ‘Superman’ e ‘A Prece’, feitas para tocar nas rádios mais conservadoras, escaparam do peso da ‘guita’ de Bene. ‘Distorção’ é puro hardcore, dos mais altos, barulhentos e melhores. Embora mais pesado e com menos baladas, o novo disco, 7ª da banda, parece uma continuação do anterior, ‘O Que na Verdade Somos’, tanto pela sonoridade – que pende para o new metal (‘Quase’, ‘O Preço’ e ‘Bateu Asas e Sumiu’ são exemplos) – quanto pelas letras, quase sempre de temáticas sociais e comportamentais. Uma grande sacada do grupo foi incluir um naipe de cordas em algumas faixas, como em ‘Vai Acabar’, ponto alto do CD, remetendo ao Metallica e ao Apocalyptica. Outro destaque é ‘Quase’, que surpreende pela letra (‘Tá quase lá, tá quase, falta pouco/Termina logo ou vai passar o rodo/Quase pode ser a derrota/A impotência, a estrada torta’, dizem alguns versos). A reflexiva e pesada ‘Primo do Macaco’ marcaria boa presença em qualquer rádio roqueira do mundo. Fãs do Fruto Sagrado, podem continuar balançando a cabeça. ‘Distorção’ é rock na veia. (M.P.B.)
18/07/2005
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